Diário do Mercado na 6ª feira, 02.12.2016
Ibovespa ameaçou nova realização, mas, depois subiu, com menor receio do mercado em relação à política doméstica O Ibovespa fechou aos 60.316 pts (+1,36%), variando -2,02% na semana e acumulando -2,57% no mês, 39,14% no ano e 24,29% em 12 meses.
O índice doméstico, dando continuidade aos temores da véspera, principiou declinante, mas, após meia hora de negócios, começou a reagir de modo oscilante, firmando-se em campo positivo apenas pouco antes da primeira hora da tarde.
A partir daí, seguiu circundando os 60 mil, avançando um pouco mais na meia hora final do pregão. No último dado disponível, em 30 de novembro, houve ingresso líquido de R$321,001 milhões na bolsa brasileira, finalizando o mês com retirada líquida de R$2,523 bilhões, acumulado saldo positivo no ano de R$14,993 bilhões.
Incertezas Políticas Domésticas
Em suma, os agentes avaliaram hoje que foram exacerbadas as incertezas de ontem sobre o panorama político doméstico, e fizeram ajustes de posições, que se refletiu na superação novamente dos 60 mil pts pelo índice brasileiro.
Vale ressaltar que o viés doméstico deverá refletir ainda possíveis desdobramentos de novas delações na operação lava a jato que, provavelmente, tenderão a elevar a volatilidade à medida em que novos fatos forem sendo revelados.
Commodities
De outra mão, o preço das commodities, especialmente, do petróleo no mercado internacional e do minério de ferro na China incidirão diretamente sobre as cotações da Petrobras e da Vale – duas blue chips do mercado acionário brasileiro.
Também, hoje, ainda persistiu alguma insegurança por conta de um referendo na Itália sobre instituições financeiras, que poderá até levar a destituição do primeiro-ministro italiano, que defende o voto “sim”, em caso de derrota de seu posicionamento.
Agênda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), domesticamente, a produção industrial variou -1,1% em outubro, ante +0,5% em setembro – consenso de mercado em -0,7%.
Já em relação a outubro do ano passado, o indicador oscilou -7,3%, (-4,7% em set-16 / set15) – consenso em -6,4%. O IPCFipe – inflação apurada na cidade de São Paulo, desacelerou para +0,15% em novembro, contra +0,27% em outubro – consenso em +0,22%. O indicador passou a acumular +5,78% no ano e +6,65% em 12 meses.
EUA
Nos EUA, o principal dado da semana, o payroll (criação de vagas na economia) registrou em novembro geração de 178 mil postos de trabalho ante 142 mil em outubro (dado revisto de 161 mil) – consenso em 181 mil. O indicador passou a acumular 1,982 milhão de vagas no ano, com favorável média mensal de180 mil.
A taxa de desemprego recuou para 4,6% em novembro - percentual visto pela última vez somente em junho de 2007, versus 4,9% em outubro, denotando que a economia norte-americana prossegue em pleno emprego. Já a média de ganhos por hora oscilou -0,1% em novembro, perante +0,4% em outubro – consenso em +0,2%. Já em comparação a novembro de 2015, o indicador variou +2,5%, abaixo do +2,8% de out-16 / out-15 – consenso em +2,8%.
Este dado sinalizou, no momento, que permanecem dissipadas pressões inflacionárias, contribuindo para que o Fed prossiga em lento e gradual ajuste para cima da taxa de juros norte-americana.
Juros
No mercado de juros, hoje houve um reenquadramento dos agentes em relação a uma possível trajetória dos juros domésticos.
Assim, as taxas mais curtas apresentaram pequenas baixas, enquanto as mais longas subiram tiveram elevações, tendo como ponto de inflexão o DI Janeiro/20. O mercado contrabalançou de modo relevante hoje dois pontos: por um lado, a baixa nos rendimentos dos títulos do tesouro dos EUA (“Treasuries”) e por outro, o lado político interno.
Câmbio
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,4710 (+0,12%), variando +1,88% na semana e acumulando +2,45% no mês, -12,37% no ano e -9,30% em 12 meses. A moeda oscilou sem tendência nos negócios pela manhã, ora em alta, ora em baixa. Já na parte da tarde, operou quase o tempo em baixa, mas, foi gradativamente se recuperando até tornar-se levemente positiva nos minutos finais.
Algumas incertezas, mesmo menores, não faltaram hoje, tanto no panorama doméstico, como no externo, que influenciaram o comportamento da divisa ao longo da sessão. O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) fechou em 317 pts, alta de 15 pts em relação aos 312 pts da véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 02.12.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T José Roberto dos Anjos, CNPI-P, do BB Investimentos
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